Bom... é mais ou menos... tipo assim....
Eu alguém que surgiu, digo, nasceu de verdade para o mundo quando ouviu os primeiros riffs de uma guitarra ao som da Banda THE SWEET... década de 70, uma época difícil, onde a repressão e a opressão ao ser humano eram as palavras de ordem num governo militar e hipócrita. Eu? Apenas uma garota de 13 anos, neta de alemães fugidos da guerra. Nas veias o sangue fervia rock e a sede era de total independência daquele mundo fútil, sem cor, sem sentido e que via algo de anormal no desafio... eu não aceitava aquele lance de depender do que os outros querem que você dependa, eu dependia e não tinha como fugir daquilo, mas eu tinha uma válvula de escape para a minha rebeldia... o ROCK... e foi assim que durante uma festa na casa de um amigo que se tornou meu primeiro ex-marido (é porque hoje eu tenho um segundo ex-marido que também é meu amigo)... que conheci uma banda que passou a ser minha companheira por toda a vida, até hoje, nos idos dos meus atuais quase 50 anos... THE SWEET... (depois eu conto um pouco deles). Naquela época na rádio e na TV só havia o que o governo autorizava... telefone... internet... e essas coisas atuais... nem pensar... tudo era muito fechado... em quatro paredes, mas mesmo assim a gente conseguia burlar a vigilância obscura e fazia nosso show a parte... anos 70, hoje considerado pela crítica a melhor época do rock mundial por ser o começo de tudo.... todos que viviam no anonimato ou no estrelato compartilhavam do mesmo ideal... liberdade de expressão dos sentimentos... isso nos fazia ricos e unidos... eles cantavam o que nós sentíamos... os microfones deles eram as nossas cordas vocais...
Bandas como KISS, ROLLING STONES, GARRY GLITER, SUZY QUATRO, BLACK SABBATH, LED ZEPPELIN, YES, ABBA, CARPENTERS, ELVIS PRESLEY... falavam na musica o que a gente tinha no coração e na alma e por isso se tornaram ídolos de uma geração de coragem que é ícone do que hoje é a nossa atualidade (depois falamos sobre cada uma delas). Voltando aos anos da repressão. Nesta época, as informações chegavam a nós distorcidas e o rock nos era passado como algo demoníaco, uma seita pregada por nossos pais como algo que fosse corromper nossa alma, nos levando direto pro inferno (pergunto... hoje é o rock que nos leva ao inferno?? Ou são nossas atitudes para com os outros). Sem informações ou acesso a elas a gente não conseguia distinguir o certo do errado, a não ser pelo desejo de ouvir, porque aqueles riffs, as batidas eram como o sangue em nossas veias e o coração palpitando dentro do peito... parecia a vida gritando por liberdade e a gente não se intimidava, não tinha medo... só queríamos ouvir, dançar e curtir... os anos passaram, mas nosso sentimento de veneração pelo rock só aumentou... bandas vieram, foram, outras seguiram... e na década de 80 eu conheci outras duas bandas que passaram a fazer parte da minha vida... em 82 foi SURVIVOR paixão numero 01 de meu filho na época com apenas 2 anos que era fissurado por Jimi Jamison e mais tarde em 1989 KISS, também através de meu outro filho que se encantou com Gene Simmons durante o filme Kiss Meets the Phantom of the Park, exibido na sessão da tarde em julho de 1989... menos de 12 horas depois deste filme eu estava velando meu filho... triste?? Sim... mas a ultima imagem viva do meu filho era a dele gargalhando ao ver o linguarudo... essa singela imagem deteve meus melhores sentimentos de agradecimento a eles e então passei a perceber aqueles caras doidos e maquiados... os anos passaram... veio a internet, os cabelos brancos, rugas; nenhuma, podem conferir, sei lá... acho que de tudo a unica coisa que restou foi o rock... e dele a vontade de expressar o que sou ou o quanto uma passagem que ta la tras pode te seguir a vida toda e foi assim na minha vida... depois de 35 anos pude estar diante da banda THE SWEET num show em Curitiba, depois KISS, não pelo show aki no Brasil, mas sim porque eu consegui estar olho no olho com Rafael Moreira, guitar man de Paul Stanley na turne do album Live to Win numa entrevista divida com meu amigo Tutu Simmons da Destroyer KISS Cover e pra fechar, em 2008 eu consegui trazer a Curitiba nada mais nada menos que Jimi Jamison ex-Surivor para um grande show aqui em Curitiba...
Três bandas que me seguiram desde adolescente... ídolos que pude direta ou indiretamente estar perto, ou menos longe... olho para tras e vejo a garotinha de 13 anos que mal sabia se expressar, mas que aprendeu a amar o rock apenas pelo som eletrizante e contagiante... um som sem regras... sem ditadura... sem limites... e se naquela epoca... 70... 80... alguém me dissesse... ou profetizasse... você vai viver momentos eternos ao lado de seus ídolos... ahahahah.... eu morreria de rir... só que eu vivi... estive lá... e lá estarei para sempre... podem me tirar tudo... todos... mas o que eu vivi e senti... isso jamais alguém vai em tirar...
Fui, mas volto pra seguir esta com vocês...
LONG LIVE ROCK N ROLL
By Lady Starlight
